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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Citometria de Fluxo: Lições do Mestre Howard Shapiro

                          Dr. Howard Shapiro durante conferência para celebrar os 25 Anos de Citometria de Fluxo no Brasil,
                                   Instituto Oswaldo Cruz, RJ, 26/11/2014. Foto: Andréa Teixeira - Arquivo pessoal.

Em evento realizado durante essa semana e organizado pelo pesquisador Álvaro Luiz Bertho da Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) reuniu pesquisadores, estudantes e especialistas de diversas regiões do Brasil, para celebrar os 25 anos da Citometria de Fluxo no Brasil, relembrando a implantação do primeiro citômetro de fluxo no país, recebido no IOC em 1989. Durante o evento, a conferência magna foi realizada pelo Dr. Howard Shapiro com o tema Growing Up and Growing Old in Cytometry, onde discorreu sobre o desenvolvimento, avanços e contribuições da citometria de fluxo para a pesquisa científica.

O Dr. Shapiro, que é autor do livro “Protocols in Flow Cytometry”, referência para os estudos na área, é atualmente pesquisador do Beth Israel Hospital em Boston e diretor do Center for Microbial Cytometry de West Newton nos EUA. Durante sua conferência o pesquisador destacou a importância de termos citômetros de fluxos mais simples e baratos para aplicações como contagem de linfócitos T CD4+ no diagnóstico e monitoramento do paciente HIV+, para testes de drogas para malária e tuberculose com aplicabilidade em países da África, por exemplo, onde a citometria feita com esse conceito poderia ter um impacto maior em termos de saúde pública global. Seguindo esse propósito, o grupo liderado por ele vem nos últimos anos se dedicando ao desenvolvimento de novos instrumentos, que possam no futuro facilitar o diagnóstico de doenças infecciosas, seu tratamento e o desenvolvimento de novas drogas.

Dr. Shapiro falou ainda sobre sua vasta experiência em Citometria, a aplicabilidade da técnica para o diagnóstico de malária e sobre o conceito de astronomia celular. Durante sua conferência, ele afirmou que para encontrar respostas em citometria é preciso começar pelas informações básicas sobre o tema. Disse ainda que existe uma preocupação muito grande com equipamentos, mas a essência da citometria está nas células. “Atualmente, é possível coletar mais dados do que precisamos. Quando se tem tantas informações pode ser difícil separar o que é importante do que não é”, destacou o pesquisador. Ele defende a criação de citômetros mais simples e com custo menor. Com isso, a tecnologia teria um alcance maior e poderia trazer uma contribuição mais efetiva para populações residentes em países com recursos financeiros escassos.

Referências
- Shapiro HM: “Cellular Astronomy” – a foreseeable future in cytometry. Cytometry. 2004; 60A:115-124.
- Shapiro HM, Perlmutter NG: Personal Cytometers: Slow Flow or No Flow? Cytometry. 2006; 69A:620-630.
- Shapiro H, Mandy F: Cytometry in malaria: Moving beyond Giemsa. Cytometry Part A. 2007;  71A:643-645.
- Janossy G, Shapiro H: Overview: Simplified cytometry for routine monitoring of infectious diseases. Cytometry B Clin Cytom. 2008; 74 Suppl 1:S6-S10.
- Shapiro HM, Perlmutter NG: Killer applications: toward affordable rapid cell-based diagnostics for malaria and tuberculosis. Cytometry B Clin Cytom. 2008; 74 Suppl 1:S152-S164.

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