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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ano Novo e a recepção dos novatos



Desejo inicialmente um excelente 2014 para todos. Este ano deverá ser dinâmico com a copa do mundo e eleições. Como este meu post vem logo após o recesso de natal e reveillon, resolvi falar um pouco sobre a recepção dos novos, mais especificamente dos nossos novatos. Lembro-me que quando ingressei como graduando na UFMG, fui um dos calouros que conseguiu fugir eficientemente dos trotes. Porém, tive colegas com o braço e perna quebrados e outros com alguns cortes apreciáveis. Uma coisa curiosa é que alguns dos calouros que mais criticavam o trote foram os que se tornaram os mais violentos ao receber os novos calouros. Fico feliz em ver que o trote violento perdeu espaço na maioria das Universidades, afinal de contas não dá para entender o discurso vazio de que “os calouros são burros e precisam aprender”.... mas com surra?... aprender o que? Nos últimos anos, principalmente após o REUNI, a maioria das Universidades cresceu, aumentou o número de alunos e para a felicidade de muitos, o número de vagas para docentes. A verba para as Universidades também aumentou, mas ainda existem vários setores com uma grande deficiência de espaço para receber os novos contratados. É curioso ouvir de alguns colegas mais estabilizados que esta situação é normal e que, além de não terem espaço, os professores calouros precisam ser sobrecarregados com aulas, comissões e outras coisas mais para aprenderem mais rápido. Será que esta é uma boa forma de receber os novos docentes ou isto é apenas resquício da vontade de dar um trote nos recém-chegados? O discurso de que “foi muito difícil para mim quando eu comecei” parece o mesmo discurso de um calouro que recebeu um trote violento e agora tem que descontar no mais novo. Tenho uma grande satisfação de ver um novo docente logo após um concurso, sempre animado e com diversos planos, porém, muitos deles são recebidos com “um balde de água fria” no seu primeiro ano de trabalho. Esta era exatamente a recepção dada aos graduandos calouros no meu tempo (só que o balde de água fria era sem aspas). Eu concordo que espaço e respeito devem ser conquistados, mas devemos lembrar que grande parte dos docentes está entrando com Doutorado ou Pós-Doutorado e que estes necessitam de espaços definidos e um bom apoio para manter a produção e para passar os conhecimentos adquiridos. Temos que nos preocupar em não desanimar nossos novatos, principalmente aqueles que não são frutos da casa, já que poderão ter um bom potencial de inovação. Acho que o problema da recepção é maior nas Universidades menores, porém muitos dos novos docentes são formados nas Universidades maiores e, portanto, o balde d’água é ainda mais gelado. Assim, desejo que neste novo ano os novos docentes sejam mais ousados e que façam excelentes colaborações com os veteranos de todo o mundo, que consigam bons espaços de trabalho e que mostrem o seu potencial no ensino e na pesquisa. Gostaria que o Brasil ganhasse a copa, mas desejo mais ainda que neste ano nossos governantes eleitos mantenham um bom investimento na educação e  aumentem os investimentos na pesquisa/inovação.
Aqui vão algumas sugestões que saíram na Science para os iniciantes.
New Year’s Resolutions for Early-Career Scientists



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