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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Grande Bazar chinês das publicações (primeira autoria à venda)


                                          Site da Science em 29/11/2013: Autorias à venda ("Authorships for sale")



       A capacidade de pesquisa da China cresceu vertiginosamente na última década, uma expansão que está remoldando a paisagem da investigação científica global. Este crescimento rápido não tem sido necessariamente acompanhado de uma promoção igualmente medida das normas culturais da empresa científica. A maior parte do problema é uma falha de integridade na pesquisa, que pode esconder o crescimento da China na ciência original, lesar a reputação dos acadêmicos chineses e prejudicar o impacto da ciência desenvolvida na China.  
       A prestigiada revista Science expõe em sua última edição de 29/11 um mercado negro em ascensão na China envolvendo agências obscuras, cientistas corruptos e editores comprometidos - muitos deles operando a todo vapor. A mercadoria: artigos científicos em jornais indexados pela Thomson Reuters' Science Citation Index, Thomson Reuters' Social Sciences Citation Index e Elsevier's Engineering Index.
     Repórteres chineses disfarçados de cientistas ou pós-graduandos investigaram as atividades de 27 empresas chinesas suspeitas de comercializar autorias e artigos científicos para publicação em revistas indexadas nas bases citadas. Várias empresas chinesas anunciam seus serviços abertamente na internet. Uma delas ofereceu ao repórter vaga de co-primeiro autor num trabalho de pesquisa sobre câncer por US$14.800, na revista International Journal of Biochemistry & Cell Biology, da Elsevier.
     Posteriormente, após ser procurada pela reportagem da Science, uma investigação da revista revelou que 4 autores haviam sido incluídos e 2 retirados no processo de edição. A editora reconheceu que "a mudança de autoria passou despercebida pelo radar dos revisores e do editor responsável" pelo trabalho. O gerente da revista chinês, como seria de se esperar, nega as acusações.
     Acho que não é esse modelo de desenvolvimento que nós brasileiros buscamos, precisamos ou queremos, embora suspeitou-se que situações parecidas de fraude tenham ocorrido em instituições brasileiras, como relatado aqui no próprio SBlogI, recentemente. Entretanto, o pesquisador em questão e sua equipe, foram inocentados pela USP e CNPq, que não encontraram indícios de fraude, apenas "falha no exercício do rigor na condução e divulgação dos resultados, indispensáveis à pesquisa de qualidade", como observado pela CIAC (Comissão de Integridade na Atividade Científica, do CNPq). Nesse caso específico, alguns artigos foram retratados, outros tiveram figuras corrigidas e/ou substituídas e assim, as conclusões desses estudos foram mantidas.

Para ler mais:
Fonte: http://www.sciencemag.org/content/342/6162/1035.full

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