BLOG DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE IMUNOLOGIA
Acompanhe-nos:

Translate

quarta-feira, 21 de março de 2012

NLRC4 inflammasomes in dendritic cells regulate noncognate effector function by memory CD8 + T cells



Post de Cecilia Favali
Bem, todos nós sabemos da necessidade do conjunto antígeno-MHC e TCR para a resposta de linfócitos T. Após a ativação, há contração da resposta e manutenção de um “pool” de células de memória. Tais células serão reativadas na presença do antígeno cognato. Na verdade as coisas não são tão simples assim. Relatos da literatura demonstram haver  proliferação e secreção de IFN-g por células CD8 de memória na ausência de antígeno cognato. Isso acontece na presença de Poli I:C e LPS, contribuindo para a resposta protetora em infecções por Listeria e vírus influenza. Para preencher essa lacuna Kuptz e colaboradores (NATURE IMMUNOLOGY VOLUME 13 NUMBER 2 FEBRUARY 2012) decidiram elucidar a regulação não cognata de CD8 in vivo. Dispondo de inúmeras variedades de animais KO e utilizando um modelo de infecção por Salmonella, eles verificaram haver a produção rápida de IFN-g por células CD8 de memória mesmo na ausência de MHC classe I. Tais células de memória conferiam maior sobrevivência e um maior controle do crescimento bacteriano quando transferidas para animas inf-/-. A produção de IFN-g por CD8+CD62L  era mantida mesmo na ausência de sinalização via TLR4, porém era suprimida na infecção por um mutante que não apresentava flagelo. Tal efeito era dependente de IL-18 e independente de IL-12 e, de fato, apenas as CD8 com perfil de memória expressavam maiores quantidades de IL-18R. Além disso, essa sinalização era independente de MyD88 e a produção de IL-18 era controlada por NLRC4 e caspase-1. Dessa forma, os autores estabeleceram uma conexão funcional entre o inflamassoma NLRC4 e a secreção de IFN-g por CD8+.  Vale ressaltar que tal via de ativação da resposta protetora de IFN-g não era exclusiva de S. typhimurium, sendo observada também em outras bactérias flageladas. Mas a pergunta recorrente é: qual a fonte de IL-18?  Obviamente chegamos às células dendrítica (DCs). Os autores utilizaram experimentos muito interessantes com quimeras e animais KO e observaram que as DCs eram de fato a fonte de IL-18 e que o subgrupo das CD8a+ eram as mais eficientes nessa via de detecção da flagelina. Com uma abordagem bastante interessante que associa o cross-priming (assim a flagelina teria acesso ao citosol) com apoptose, eles observaram que na ausência das DCs CD8a+ não havia produção de IFN-g por CD8+. Portanto, esse grupo de pesquisadores demonstrou de forma clara e eficiente a existência de vias importantes in vivo, nas quais inflamassomos NLR4 são ativados  em células dendríticas CD8a+ por flagelina de S. typhimurium com consequente estímulo da produção de IL-18. Tal citocina  diretamente ativa linfócitos T CD8+ de memória não-cognatos a produzirem IFN-g. Dessa forma, percebe-se que as interações DC-T não são restritas a resposta antígenos-específicas e que existe sim um mecanismo de resposta  não-cognata das células T cuja ativação “bystander” contribui para a imunidade antibacteriana.  
Andreas Kupz , Greta Guarda , Thomas Gebhardt , Leif E Sander, Kirsty R Short , Dimitri A Diavatopoulos , Odilia L C W ijburg, Hanwei Cao , Jason C Waithman , Weisan Chen, Daniel F ernandez-Ruiz, Paul G Whitney, William R Heath, Roy Curtiss III , Jürg Tschopp , Richard A Strugnell , 8 & Sammy Bedoui VOLUME 13 NUMBER 2 FEBRUARY 2012 NATURE IMMUNOLOGY
*Esse artigo tem um comentário na Nature:
Cellular teamwork in antibacterial innate immunity Janelle S Ayres & Russell E Vance. IFN-g is a cytokine that is critical for defense against intracellular bacterial pathogens. New work provides evidence that the recognition of bacterial flagellin by the NLRC4 inflammasome in splenic dendritic cells triggers rapid release of IL-18, which leads to IFN-g production by memory CD8+ T cells.
Figura do comentário

Comente com o Facebook :

Nenhum comentário:

Postar um comentário

©SBI Sociedade Brasileira de Imunologia. Desenvolvido por: