BLOG DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE IMUNOLOGIA
Acompanhe-nos:

Translate

domingo, 27 de novembro de 2011

Journal Club – Iba: Vacina contra tuberculose promete imunidade esterilizante

A necessidade do desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose (TB) tem levado vários grupos de pesquisas a buscarem diferentes alternativas para substituir ou melhorar a eficácia da vacina BCG (Bacilo de Calmett e Guerin), a única aprovada para uso em humanos. Para tanto, o conhecimento dos mecanismos pelo qual Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) evade da resposta do sistema imune inato e adaptativo tem direcionado o desenvolvimento de novas vacinas contra TB.

Pesquisas recentes têm demonstrado que proteínas secretadas durante a fase aguda e presentes na fase de latência são fortes candidatas a uma vacina, pois ativam uma resposta imune tanto profilática quanto terapêutica. Aagaard e colaboradores3 utilizaram os antígenos ESAT-6 e Ag85B, os quais são secretados durante a fase aguda, fusionados com a proteína Rv2660c expressa em ambas as fases da infecção por M. tuberculosis, e formulou a vacina H56. Esta, quando utilizada como vacina profilática e terapêutica, ou como um reforço da BCG, mostrou-se eficaz na ativação de resposta imune, caracterizada pela presença de células T CD4+ polifuncionais, capazes de diminuir o número de bacilos no pulmão de animais infectados.

Outra candidata à vacina que se mostrou promissora foi desenvolvida por Sweeney e colaboradores2. Esses autores desenvolveram uma vacina composta por um microorganismo vivo não virulento (M smegmatis – cepa IKE), usado como vetor no desenvolvimento de uma cepa vacinal, recombinada com o loci gênico esx-3 de M. tuberculosis, denominada IKEPLUS. As proteínas codificadas por este loci induziram uma potente resposta imune do padrão Th1 (figura 1), resultando na diminuição da carga bacteriana e aumento da sobrevida dos camundongos após o desafio.

Baseado no conhecimento sobre a biologia do bacilo, esses dois trabalhos trazem novas abordagens vacinais na tentativa de substituir ou aprimorar o BCG, de modo que não seja necessário o uso do microrganismo inteiro, mas apenas as proteínas imunogênicas de M. tuberculosis. Dessa forma, há perspectivas para o surgimento de novas vacinas que possam ser avaliadas em modelos animais que se assemelham a TB humana.

Vacina candidata a induzir imunidade esterilizante contra M. tuberculosis

Post de Cássia Alves Sergio, Everton Padilha e Thiago Malardo

Referências:

1- Helen McShane & Ann Williams .Nat. Med. 17, (2011).

2- Sweeney, K.A. et al. Nat. Med. 17, 1261–1268 (2011).

3- Aagaard, C. et al. Nat. Med. 17, 189–194 (2011).

Comente com o Facebook :

Nenhum comentário:

Postar um comentário

©SBI Sociedade Brasileira de Imunologia. Desenvolvido por: